Vice-presidente do IBRAM, Fernando Azevedo, destaca papel estratégico da mineração em evento em SP
31/07/25
“O Futuro da Mineração no Brasil” foi o tema do encontro organizado pelo LIDE.
A mineração deve ser tratada como pilar estratégico para o desenvolvimento nacional, especialmente diante dos desafios da transição energética e da economia verde. A declaração foi feita pelo vice-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Fernando Azevedo, durante a abertura do Seminário LIDE – Mineração – O futuro da mineração no Brasil, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (LIDE).
Segundo Azevedo, o setor mineral vive um momento decisivo no Brasil. “O futuro da mineração está sendo escrito agora. O Brasil precisa decidir se será protagonista ou apenas espectador desse processo”, afirmou. Segundo ele, o avanço tecnológico e a busca global por soluções sustentáveis tornam os minerais cada vez mais essenciais. “Não se pode falar em energia limpa, inovação ou segurança alimentar e energética sem falar em mineração”, completou.
Azevedo apresentou à numerosa plateia o trabalho desenvolvido pelo IBRAM, que completa 50 anos em 2026 e hoje reúne mais de 300 empresas associadas. Ele destacou que a atuação da entidade vai além da defesa institucional. “A mineração não precisa de defesa, precisa mostrar sua importância para o país e para o mundo”, disse.
O vice-presidente também destacou um dos principais desafios do setor: o limitado conhecimento sobre o subsolo brasileiro. Atualmente, apenas 27% do território nacional está coberto por mapeamento geológico na escala 1:100.000. Para ele, ampliar esse conhecimento é fundamental para impulsionar a atividade mineral no país. Azevedo reforçou ainda a importância de fortalecer instituições-chave como a Agência Nacional de Mineração (ANM) e o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), que desempenham papel estratégico no desenvolvimento do setor.

eminário LIDE – Mineração – O futuro da mineração no Brasil – crédito: divulgação
Mineração na COP30
O vice-presidente do IBRAM destacou ainda que a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será sediada no Brasil em 2025, colocará a pauta ambiental no centro das discussões globais. No entanto, segundo ele, temas como energia e mineração também devem ganhar protagonismo nas negociações durante a COP30, especialmente diante da crescente demanda por soluções sustentáveis. “O IBRAM está pronto para cooperar com o setor público, a iniciativa privada e a sociedade civil para consolidar a mineração como uma frente estratégica da economia brasileira”, concluiu.
O debate sobre os rumos da mineração sustentável no Brasil — com foco em tendências, desafios e oportunidades — reuniu representantes dos setores público e privado. Entre os temas discutidos estiveram os minerais críticos e estratégicos, a geopolítica mineral, a verticalização da mineração brasileira, o ambiente regulatório, o acesso a crédito e o papel do mercado de capitais no fomento à atividade mineral. Participaram do primeiro painel o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), membro titular da Comissão de Minas e Energia; Leonardo Resende, superintendente de Empresas e Mercado de Capitais da B3; Leandro Gobbo, vice-presidente da PLS Brasil, mineradora especializada em projetos de lítio; e Alexandre D’Ambrósio, advogado e ex-vice-presidente da Vale.
Já o segundo painel teve como foco a transição energética e contou com a presença de Anderson Baranov, CEO da Norsk Hydro Brasil; Antonio Schettino, diretor de Operações da Salobo, da Vale Base Metals; Fábio Bortoluzo, diretor-geral da Atlas Renewable Energy no Brasil; Maurício Metz, vice-presidente de Aços Brasil da Gerdau; o deputado federal Zé Silva (Solidariedade-MG); e Walfrido Warde, fundador e sócio do escritório Warde Advogados.